sexta-feira, dezembro 30, 2005

Sabia que não era ninguém, livre de remorsos ou mágoas maiores. Era livre e sentia os calores de um desejo latente, queria construir, dividir e quem sabe confundir os desavisados (aqueles que por ventura questionassem suas pequenas excentricidades).
Não era ninguém, mas não estava vazia, queria colo, queria a ternura de um beijo e mãos lhe agarrando as coxas. Mesmo que essas mãos já tivessem percorrido uma geografia mais estimulante. Estava em paz com seus demônios e abrira a caixa de pandora (deixando até a esperança escapar).
Nada esperava, pois não fazia planos, não ousaria cravar as unhas na presa de outra ave de rapina. Não queria curar os males do mundo, seria apenas o ópio para os momentos mais críticos, quando a dor e a loucura sufocassem ao ponto de desaguar aos olhos.
Não pretendia absolutamente nada, apenas se doava, sem pudor, sem culpa, sem medo, sem hora, sem nada.

3 comentários:

Anônimo disse...

Mas um destes textos lindos que voltarei a encontra aqui agora que to com PC em casa novamente.

Beijos e muita paz em 2006

Francisco Fuchs disse...

Que maravilha, Laina.

Anônimo disse...

que coisa linda elaina!!!!

Bj.,