terça-feira, março 27, 2012

Velhice é tudo coisa da sua cabeça

Como uma pessoa desconfiada que sou nunca acreditei nesse tal otimismo, achava que se esperasse sempre o pior de tudo e de todos não haveria possibilidade de decepção.

Qual não foi a minha surpresa ao perceber que se você fizer as coisas de bom grado e sem esperar nada o resultado pode ser surpreendente. Hoje posso dizer que me encontro em paz... Ainda sou uma pessoa muito ansiosa e "azedinha", mas ao assumir uma postura de ajudar quando posso e tocar minha vida da melhor maneira que conseguir estou colhendo frutos saborosos.

O que me levou a pensar em outra questão, seria a crise dos 30 me obrigando a ser mais madura? Além disso fiquei divagando sobre como a velhice é uma coisa mais psicológica do que física. Lógico que a gravidade chama e com ela precisamos também tomar mais cuidados e remédios, as visitas aos médicos são mais frequentes e blá blá blá.

No entanto me deparo com pessoas que apesar da idade avançada continuam propondo a si mesmos desafios e novas experiências. A velhice é você achar que nada de novo pode ter surpreender, ou impactar. É achar que já viu de tudo nessa vida e que agora só resta espera por Caronte e seu barco.

Melhor do que a minha ladainha é assistir ao vídeo do sábio, querido e sempre jovem, Bemvindo Siqueira.

quarta-feira, janeiro 25, 2012

Um sonho quase real

Quem me conhece sabe que sempre tenho sonhos pra lá de esdrúxulos e que fico consciente durante eles sabendo que não passa de um sonho, mas hoje pela primeira vez tive um bem plausível. Com direito a riqueza nos detalhes e um desenrolar até certo ponto coerente.

Nele pegava uma carona com minha mãe e meu irmão até a faculdade para depois dormir na casa de umas amigas que moravam perto, no caminho resolvemos parar para uma boquinha num self service. Meu pratinho saudável já estava cheio de verduras e precisava só de um frango grelhado para ficar completo, mas qual não foi a minha indignação ao perceber que a funcionária começava a organizar as carnes na travessa utilizando suas mãos desnudas. Corri para tentar salvar um pedaço antes que aquelas mãos gordurosas e unhas pretas maculassem totalmente o conteúdo.

A moça se mostrou bastante "compreensiva" e começou a me responder com palavrões dos mais variados calibres, na mesma hora exigi a presença do gerente e lhe relatei o ocorrido enquanto a funcionária insistia em retrucar os meus apelos como se a sua atitude fosse super normal. Lembro de ter finalizado com a importância em tratar os clientes com cordialidade e respeito.

Antes que pudesse se manifestar o gerente foi interrompido por um telefonema e eu me dirigi até minha mesa com a certeza de que se ele não resolvesse a questão, certamente a vigilância sanitária o faria. Perdi meu horário de aula na faculdade e já estava muito tarde para ir até a casa das minhas amigas e então decidimos voltar para a casa. Foi quando o gerente me abordou explicando que eu não deveria levar em consideração o acontecido, pois os nossos problemas podem ser resolvidos... mas os do planeta não (alegando que a falta de luvas e assepsia  estavam relacionados a uma atitude de consciência ambiental e sustentabilidade).

Foi aí que eu comecei a suspeitar que tudo não passava de mais um sonho escatológico. Saindo do restaurante escuto os gritos desesperados da minha mãe correndo atrás do nosso carro sendo roubado... no entanto só a parte da frente do veículo seguia pela rua, porque ele estava cortado ao meio (isso sem contar que o carro em questão já foi vendido há mais de uma semana).

Acordei com a plena certeza de que nem o Leonardo de Caprio e sua trupe de "A Origem" podem dar jeito nessa minha mente perturbada.